Você terá, sem dúvida, ouvido as pessoas falar de motores a funcionar ‘um pouco ricos’ ou ‘um pouco magros’, mas o que é que isto realmente significa? E que efeito tem no seu carro?
Bem, quando aqui as pessoas falam de coisas “ricas” ou “magras”, estão na realidade a referir-se à quantidade de combustível presente na mistura ar/combustível que entra no motor. Isto também é conhecido como a relação ar/combustível, ou AFR para abreviar.
Por ‘um pouco rico’ queremos dizer que há demasiado combustível presente, e por ‘um pouco magro’ queremos dizer que não há combustível suficiente presente, portanto a relação ar/combustível está incorrecta e precisa de ser ajustada para obter novamente o equilíbrio certo.
Quando se fala de relações ar/combustível também se ouve falar muito de algo chamado mistura estequiométrica, ou ‘Lambda 1’.
Bem se refere ao ponto em que a mistura ar/combustível é perfeita para um motor a gasolina – é apenas combustível suficiente para proporcionar uma combustão agradável, limpa, e segura com o mínimo de emissões. Isto ocorre quando temos 14,7 partes de ar para uma parte de combustível, ou uma relação ar/combustível de 14,7:1. Divide-se o AFR real pela razão estequiométrica e obtém-se o número de Lamba, que será 1 se ambos forem iguais, superior a 1 se houver mais ar que o ideal, ou inferior a 1 se houver demasiado combustível.
A razão 14,7:1 é perfeita para condições de cruzeiro em marcha lenta e com acelerador ligeiro, pois é a mistura mais eficiente possível, o que significa a melhor economia de combustível e as emissões mais baixas. Contudo, quando queremos que o motor comece a produzir mais potência (quando aceleramos, por exemplo), não queremos eficiência, queremos potência. Nessas condições, precisamos de uma relação ar/combustível diferente, para produzir mais potência. Normalmente, a potência máxima do motor é atingida utilizando uma relação ar/combustível de cerca de 12:1.