Backstage was totally caotic. Havia tanta droga que é muito difícil recordar qualquer coisa. Sempre que nós os três ou quatro nos reuníamos – especialmente com o avião e os Grateful Dead e Sebastian – era apenas um disparate. Woodstock era apenas o nosso segundo concerto, mas não tínhamos medo da multidão. Estávamos mais preocupados com os nossos pares. Penso que Stephen e eu estávamos um pouco nervosos por Hendrix e a Banda e Sangue, Suor e Lágrimas estarem lá. E penso que o Neil estava nervoso por brincar connosco. O Neil não está no controlo quando está connosco – não da forma que gosta de estar. E por isso, penso que isso o deixou um pouco nervoso. Não sei bem porque é que ele não escolheu estar no filme. Até hoje, muita gente pensa que foi apenas a CSN que fez Woodstock, mas de facto fomos nós os quatro.
P>Pensei que tínhamos feito um péssimo cenário. Quando se considera tocar guitarras acústicas a 400.000 pessoas e tentar chegar ao fundo da multidão com canções como “Guinnevere”, foi absurdo. Mas demos certamente o nosso melhor. Claro, a “Suite” estava um pouco desafinada, mas o que?
No dia seguinte, de volta a Nova Iorque, foi do tipo, “Será que isso aconteceu mesmo? Foi apenas um flash ácido gigante ou uma alucinação?” Foi só mais tarde que comecei a colocá-lo em perspectiva. Era a chegada da idade, uma floração de uma geração de crianças que decidiram que podiam assumir a responsabilidade pelas suas próprias vidas e afectar o seu destino, que podiam coexistir com algumas centenas de milhares de outras pessoas e não entrar em cenas violentas e divertir-se à grande.
Muitos de nós, nos anos que se seguiram, fugimos do mito do Woodstock. É como se, se estivéssemos em Woodstock e estivéssemos entusiasmados com isso, então, somos um hippie de 69, que nos deve ser descontado. Mas nunca haverá nada tão bom como Woodstock, porque foi o primeiro e o melhor. Acho que não se pode recriar isso. Houve um certo brilho sobre os anos sessenta, uma certa ingenuidade e exploração, uma excitação para o futuro que já não existe.
Uma versão desta história foi originalmente publicada na edição impressa de 24 de Agosto de 1989 da Rolling Stone.